'Nós também podemos vencer', diz fisiculturista Nana Silva - 20/12/2025 - Músculo
Nana Silva nos palcos do Olympia 2025 - Jeff Binns/NPC News Online

Com o título de Ramon Dino em 2025, o Brasil observou seu primeiro campeão do Olympia nas categorias masculinas em toda a história. Entretanto, diversas mulheres brasileiras –como por exemplo Francielle Mattos, Angelica Teixeira e Juliana Malacarne– já haviam conquistado o título máximo do fisiculturismo mundial antes desta temporada.

Para diversos especialistas, esse retrospecto deveria fazer com que as mulheres fossem mais valorizadas que os homens no fisiculturismo brasileiro –o que não acontece na prática. Campeã da edição deste ano do Masters Olympia pela categoria Women’s Physique, Nana Silva levanta a bandeira do esporte feminino: “Precisamos de mais mulheres unidas para quebrar esse mito de que ‘só o homem’… Não! Nós, mulheres, também podemos vencer”.

Perguntada se as categorias femininas são menos valorizadas do que deveriam, a fisiculturista é direta: “Cem por cento”. Em entrevista à coluna, ela também destaca que essa dinâmica é mais vista no Brasil do que nos Estados Unidos, por exemplo. “Lá fora, eles paravam para tirar foto, elogiavam. Aqui, não”, completa.

“Eu já sofri preconceito, chateia. Hoje, esse tipo de coisa não me abala mais, acho que a gente vai evoluindo”, aponta Nana. Ainda de acordo com ela, as mulheres –principalmente competidoras da Woman’s Physique e da Woman’s Bodybuilding– ainda devem “demorar muito” para receberem o destaque que merecem no fisiculturismo.

Jornada tripla

A atleta concilia o fisiculturismo com sua profissão de formação –massoterapeuta– e com a maternidade. Geralmente, Nana acorda às 4h (de Brasília), para sair de casa às 6h. Nesse intervalo, ela faz seu aeróbico em jejum, prepara o café da manhã de sua filha, come e monta sua segunda refeição. Após o treino, realizado por volta das 10h, ela volta ao trabalho, onde fica até a noite.

“Não me atrapalha. Mesmo chegando cansada em casa, tarde, depois de passar o dia inteiro fora. Não tem problema nenhum, eu faço com o maior prazer”, completa Nana sobre as tarefas domésticas.

Por fim, ela conclui que sua rotina é “bem puxada. O corpo fica debilitado durante a preparação, fico cansada. Mas aí eu olho para trás e lembro da época em que fui diarista, babá, cozinheira de casa de repouso, garçonete”.


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Fonte: Folha de S.Paulo

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